sábado, janeiro 06, 2018

Diário de "férias" de uma mãe solo!

Estou eu no 16° dia das minhas férias. Acabam semana que vem essas rycas férias e preciso contar uns causos dela.

Virei mãe solo quando minha filha estava prestes a fazer 6 meses e ao mesmo tempo em que descobria o que era ser mãe e quem era aquela garotinha, eu também descobria algumas peripécias que só a maternidade solo te proporcionam passar... quando muitas nem se dão conta dessas questões.

Por conta disso desenvolvi séria ojeriza a frase: Eu não consigo (insira o verbo) sozinha com ela/ele.

Queridos, "chupar cana e assobiar" com certeza foi desenvolvido por uma mãe solo.

Pois bem, seguem as DICAS e CAUSOS

1. Sabe aquela linda bolsa de praia? Esqueça! No meu caso já substitui por duas mochilas menores e coloquei a filha no trabalho infantil.

2. Como ter uma cor sem perder a criança:
Facilite sua vida, você vai sair do carro (bendito seja o banco de couro!) com cadeira, brinquedos (estritamente necessário, please!), prancha, mochila (com lanchinhos, lenço umedecido...), guarda sol (se der aluga, tipo dica de usar o protetor solar... vai por mim pq tem a volta pro carro)... com tudo isso, escolha uma praia com posição norte ou noroeste. Pelo menos dessa forma, você não vai precisar perder biquini tentando resgatar uma cria de um buraco ou de uma onda e acredite, sua cadeira vai estar sempre virada pro mar, pro sol e pra cria!!!

3. Areia por tudo:
Deixe uma garrafa 5L no carro. Já viram a quantidade de areia que suporta um biquini infantil mesmo com aquela "lavada" no mar antes de ir embora? Tiro o biquini ao lado do carro e o resto de areia com esses 5L e coloco uma roupa sequinha.

4. Intestino tem relógio:
Sério, não interessa a hora do dia que se vai almoçar esse relógio bate bem neste exato minuto. Estávamos sozinhas num parque de diversões e resolvemos almoçar. Mamãe precavida pergunta se a cria quer ir antes ao banheiro fazer xixi. Recebo um não bem alto.
Porém, foi dar duas garfadas na comida depois de caminhar horas no parque, suar feito um porco e ter perdido o cérebro na montanha russa que a ryca criança diz: mamãe quero fazer coco.
Provavelmente deveria sair fogo dos meus olhos: eu perguntei se você queria ir ao banheiro antes, agora não tem como ir.
Ela cheia da razão: você perguntou se eu queria fazer xixi!

Lá vamos nós ao banheiro, deixando o querido almoço pra trás.

Ai quando me perguntam sobre escolha de comida ou sobre dar lanches: comida onde tem banheiro, praça de alimentaçao é lanche... sim pois essa cena é mega comum.

5. Intestino tem relógio, mas não semancol:
Ai você chega na praia com aquela parafernalia, escolhe minuciosamente o local com os vizinhos que te parecem mais confiáveis e: mamãe entra na água comigo?
Lá vai mamãe com um olho na cria no mar e outro na bolsa na beira da praia.
Mamãe, preciso fazer coco!
Você olha incrédula pra ela! (Claro, pq não? Temos um banheiro maravilhoso logo ali. Pensamento 1: faz na água. Pensamento 2: foda-se e vai pedir penico pro vizinho) Vamos lá, filha.

Vizinha argentina, você pode cuidar de tudo pra mim? (ai você já entregou nas mãos de Deus, o dinheiro, a chave do carro e o celular, pq a filha já está longe e tudo que você não pode perder é ela)
Sai bem bela de lenço umedecido (te amo) em punho, desfilando pela areia atrás da cria que você tinha dito pra esperar.
Tudo resolvido e cuidado pela hermana. Bendita hermana!

6. Que língua ela fala?
Você descobre que criança não tem mesmo barreira cultural... ainda mais se envolver água e areia!
Antonella foi brincar com Maitê, e veio me dizer:
Meuuuu Deusss do céuuu, mãe! (Com toda essa ênfase mesmo) Eu só entendi uma palavra!
Como assim, Antonella? Vocês estavam conversando!
Eu sei mãe, mas eu não entendia nada!

Fiquei pensando, pra que entender se os gestos e atitudes falam mais que as palavras... e anotei isso no meu caderninho!

7. Sonífero:
É, não fica bem sedar a criança, então se as suas férias incluem grandes deslocamentos de carro (forçados ou não), lanchinhos, água, boa música e uma almofadinha no carro, são imprescíndiveis pra sanidade mental de ambos! (ok, modernos, estamos de férias, indo pro mar... não tem como ficar andando de tablet. Lembrem que vocês andavam socados no maleiro da caravan!)

8. O que beber?
Sabe aquela pina colada... aquela caipirinha na praia? Tche, para de te fresquear que a única motorista da rodada é tu e o único limão que tu tem que te preocupar é o do picolé (uma careza de 8,00 por falar nisso)

9. Planejamento:
Uma vez na pós o professor me disse que o Brasil não ia pra frente pq não tinha planejamento.
Levantei minha mão e perguntei se ele tinha filhos. Não tinha!
Professor, quando os tiver voltaremos a falar sobre seguir a risca um planejamento.

Já contei a mãe maravilhosa que eu era antes da Antonella nascer? Livros de culinária mãe e filha, não ia ver tv, não ia comer porcarias, ia adorar frutas e verduras, nunca ia morder, brigar ou bater pq eu ia conversar e explicar.

Eu era ótima... até ser mãe e ver o lado B dela e o meu colidirem. Muitas coisas seguimos e outras não.

Mas com certeza eu sou a mãe que berra na praia pq a filha acha que é surfista (e ela é ótima nisso), que tem 16 anos e que pode sair correndo pro fundão! Ai tu, mãe solo, entra correndo na água (esquece a neura do corpo balançando) no modo operacional equino: um olho nas coisas na areia e outro na cria indo pro fundão com surdez seletiva.

Volto pra cadeira, admiro ela surfando lindamente e destemida, olho pro mar (meu calmante) e penso: quando vou voltar a boiar sem olhar equino?

Mas ai eu lembro que estou sentada de frente pro mar, com marca de biquini e sem dor nas costas. Há cinco anos, era eu curvada na beira da praia com dois mini bracinhos estendidos e sol só no lombo.

Passamos por umas casas e ela disse: mamãe, vou morar aqui e tu vai me visitar... pq mamãe, euuuu vou morar aqui!

Pára tempo, pq ela já está planejando morar sozinha!

Dito isso... quando começam as férias mesmo?!

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