terça-feira, novembro 29, 2005

DEFENDENDO UMA TESE – DESPEDIDA.




Falar do meu pai... o que não falar?
A palavra TUDO resume ele pra mim, mas meu pai era mais que um resumo!!
Rogério, Géio, gordo para uns, meu gordinho pra mim.
O pai que era amigo de infância de uns, de jogos de várzea ou de trabalho de outros...
O pai técnico, o pai corretor... o engenheiro de obras prontas.
O pai que exigia, mas dava... e dava sempre.
O filho, o pai, o irmão que virou filho.
O birrentinho que sempre foi do contra, mas sempre estendeu a mão a todos: "o chatinho mais amado do Brasil!"
O pai que confabulava com os filhos coisas que a mãe não deixaria fazer.
O meu pai superprotetor, MEU amado pai.
Pai, vou equilibrar a serragem, o miolo e as idéias na cabeça para fazer o certo, mesmo que de um beija-flor saia um urubu.

Pai da aurora da minha vida, da minha infância querida...
Meu garoto, meu gordinho, meu paipai... segura na mãozinha da vó e segue a LUZ...

Te amo pra sempre, gordinha!

domingo, novembro 06, 2005

"INICIAÇÃO"

Novamente com Manu me ajudando... novamente ele que tem sempre algo a dizer!!


Não dormes sob os ciprestes,
Pois não há sono no mundo.
....................................................
O corpo é a sombra das vestes
Que encobrem teu ser profundo.
Vem a noite, que é a morte,
E a sombra acabou sem ser.
Vais na noite só recorte,
Igual a ti sem querer.
Mas na Estalagem do Assombro
Tiran-te os Anjos a capa :
Segues sem capa no ombro,
Com o pouco que te tapa.

Então Arcanjos da Estrada
Despem-te e deixam-te nu.
Não tens vestes, não tens nada :
Tens só teu corpo, que és tu.

Por fim, na funda caverna,
Os Deuses despem-te mais.
Teu corpo cessa, alma externa,
Mas vês que são teus iguais.
....................................................
A sombra das tuas vestes
Ficou entre nós na Sorte.
Não 'stás morto, entre ciprestes.
....................................................
Neófito, não há morte
Fernando Pessoa.