Antes do texto peço desculpas pela ausência.
Dizem que o mês de agosto é o mês do cachorro louco... pra mim foi julho! Sabem o filme "Um dia de fúria"... eu era o Michael Douglas em um mês de fúria... e de choro!
Muitas emoções ao mesmo tempo:
- medo de que algo acontecesse com o bebê
- angústia com os dias nublados na cidade
- solidão (estava de férias) numa cidade em que não nasci
- dificuldade de adaptação às carências da cidade
- o enjoo constante de todas as noites, que me fazia querer cortar os pulsos e questionar como alguém passava por aquilo de novo
- novo semestre começando e cada vez mais óbvio que eu não poderia retornar às aulas (explicando: minha faculdade é em Caxias, com viagem em torno de 1:20 e muitas curvas = enjoo)... o que aumentou consideravelmente minha angústia, pois achava que só iria trancar um semestre
- Uma intolerância que nem eu me aguentava... pobre do marido!
Tiramos uma semana de férias e eu com raiva que ainda assim o trabalho não o deixava descansar. Ok eu sei que rotina de médico é complicada, mas não quer dizer que eu saiba lidar com isso todo santo dia. Ainda mais numa fase em que essa progesterona me deixou totalmente descontrolada. Não tem um fiozinho de cabelo que não tenha sido alterado por ela... e descontei nele... e descontei na cidade a qual apelidei de "Terra do Nunca".
A sogra diz que sou mimada (não sei se pro lado bom ou ruim) e sou mesmo... fui mimada pelos meus pais, avós, amigos e pelo marido... mas também me dei conta que fui muito mimada pela minha cidade, POA... e olha que não lhe faltam defeitos. Eu fui mimada pelos serviços que a cidade me oferece, pelo turbilhão de movimentos que ela me concede, pelo seu astral.
Quero ir ao parcão e mesmo sem combinar nada encontrar a Fers, por exemplo... sem falar de ter o Lu saído lá do rincão da zona sul pra me ver, da Vero trocar a caminhada na redenção para nos encontrar e depois nos reunirmos com a Ushi na Padre Chagas. Simmm, eu amo ter mais de uma possibilidade de ver as amigas: almoço na quarta (Gi e Cris paparicando o bebê) , coquetel à noite, Iguatemi pra comer bala de coco, ver meu trio amado (Bru, Pedro e Lucca), ficar apertando a minha linda afilhada, Vallentina, e ficar pertinho dos amigos Cris e Michi.
Quero ir ao cinema a hora que eu quiser, quero ir ao teatro, quero jantar com minhas amigas CBC... quero o pôr-do-sol. Quero colo de mãe e de manos.
Quero ir ao Zaffari e poder escolher tudo que tenho vontade... de ter essa opção perto. Simmmm eu quero iogurte de mamão, alho poró, verdura hidropônica, suco de laranja integral, queijo quark, frutas que não sejam mamão/banana/uva/laranja/bergamota e verduras/legumes picados sem que ninguém me olhe como um ET quando eu pergunto se tem. Quero o mercado público e seus temperos, especiarias e peixe fresco... mesmo odiando o centro.
E simmmmm se isso faz de mim uma pessoa esnobe... desculpa, mas então eu sou... fui mimada pela minha cidade.
Entrei nessa crise e o Thyago perguntou então se eu não gosto de nada daqui: eu gosto da nossa casinha montada, de não ter calor insuportável, da água ter gosto bom, de ter sido acolhida pelas meninas do bus/FSG (Ju, Monica, Dai, Ari, Raquel, Paty), das conversas com a Anna Carolina... e principalmente de vê-lo realizado profissionalmente.
O bom é que ontem falando com outras pessoas que vieram de fora e sentem as mesmas coisas que eu, me senti menos mal humorada... dizem que passa.
Bueno vamos administrar e levar o barco adiante.
ps: amoreeee muiiito obrigada por aguentar minha montanha russa de emoções. Te amo! Mamis obrigada por se despencar de POA, subir a serra e me acalmar.
