quinta-feira, junho 28, 2018

Transformer em 1...2...3... 4.0!!


Engraçado que tive uma crise de idade aos 28 anos. Acho que foi o ano em que mais me senti perdida, sem rumo.

Ainda moram em mim muitas dúvidas, mas de repente me deparei com um pensamento novo a processar.

Começou a despontar um alarme: Finitude! Já tinha pensado nela é claro. Antes dos 30 já tinha seguro de vida e plano de previdência. Porém, essa foi a primeira vez que eu a senti.

40 é metade de 80!

Essa frase aliada a expectativa de vida da família bateu como um soco! Parece um texto depre né?! Tão diferente dos 39!

Mas após esse primeiro pânico, eu me disse: transforma isso ai!

O que os 80 te dão direito? Pela minha observação te dão de volta aquele estado sem filtro da infância, mas com consciência.

Se 40 é metade de 80, acho que já tenho direito a retirar alguns filtros!

Pronto! Se temos que a partir de agora sentir a finitude que eu me dê o direito de retirar alguns filtros.

Quais?
Bom, não agradar quem eu não quero e não me faz bem por mero convívio social. Quem não soma, já pode descer nessa estação!

Posicionamentos sem medo, caraca que esse tal de medo é uma coisa louca da finitude. Mas se ela termina amanhã, ela pode recomeçar amanhã!

"Se não tiver amanhã? Aprenda a dizer no hoje." Essa tem que anotar DIARIAMENTE, por que ela é bem traiçoeira.

Outra questão é ajeitar as melâncias. Pelamor, vamos combinar: são 40 anos de melâncias pra ajeitar na carreta da vida.
Algumas ainda são dilemas pra "fada azul", mas outras perdem a nuvem e ficam mais claras. Acaba que some algumas brigas internas (e não são poucas!).
Por exemplo, ter algo tão bom na vida que você quer mais daquilo, mas como um doce, o a mais estraga. Aí ajeita a melância, vira ela do avesso e descobre que o avesso dela é que fica mais certo na tua vida.

Bora pro 4.1?!

quinta-feira, fevereiro 08, 2018

Uma carta para ANTONELLA! 💜💜






É hoje!!! 6 lindos (e rápidos) anos.

Chegamos ao fim da nossa contagem regressiva e ai vai o primeiro ponto... Você sempre conta os dias em contagem regressiva pra algo.
Ao mesmo tempo em que tem fome por tudo ao mesmo tempo, quer só ficar em casa quietinha e aconchegada.

Então te respondo: Não filha, não quero que você seja igual a mim, como me perguntou esses dias! Mas mamães vem com um aplicativo danado de querer antecipar riscos.
Chato, né?! Mas, cá entre nós um "eu te avisei" é de se rasgar, não?

Eu só queria te avisar, você só queria mostrar que podia fazer e lá fomos nós pro HPS bater aquele ponto pré aniver. Tudo ok... vamos pra próxima.

Viva o hoje... no mais clichê que isso possa parecer. Metas sim, planejamento também, mas viver, VIVA O AGORA!
Se está com a bici, foca no momento com a bici, se é pisci, foca na pisci... não antecipa o fazer depois, pq o agora passa rápido demais.

Seja feliz, um pouco a cada dia... genuinamente e consigo. Não busque a felicidade fora de você. Que nossos abraços sejam longos e eternos. Que nossas conversas rendam muitos e muitos porquês!

Ouça!! Mamãe adora palestrar e faz antes de ouvir. Uma sugestão de mãe: ouve primeiro! É difícil aprender depois dos 30!

Continue simples e querendo descobrir mais e mais da vida, mas aceite que não serão todos que lhe darão o que você quer. Por falar nisso nem sempre o que queremos é o que precisamos!

Encante e se encante. Sorria pro mar, pro sol com ventinho, pro banho de chuva e sinta!

Questione, mas não te demores no que não podes mudar. Teus questionamentos me fazem refletir e outro dia você me perguntou:
- Mamãe tem que colocar gasolina no carro?
- Não.
- Mas tu gosta de colocar ou não?
E antes de responder eu pensei: bem colocado pra vida profissional e pessoal. Não é sobre gostar ou não, tem coisas que precisam ser feitas pra engrenagem andar.
- Filha não é sobre gostar. Se eu não colocar gasolina o carro não anda e não passeamos, não iremos à escola, ao trabalho.

Assim como você me dá lições diárias, espero que tenha ao menos uma a cada dia, de pessoas diferentes, de vivências diferentes... e que se fizer diferente está tudo bem. Se errar, está tudo bem.

Sobre erros e acertos. Acredite em ti e principalmente saiba que para existir acertos temos tentativas e erros... muitos! Persista e confie.

Agradeça, todo dia essa vida maravilhosa... com seus 10mil percalços sim, mas que te fazem ser maravilhosa, Diva e empoderada, minha filha!

Vai lá ser livre e feliz minha periquitinha maravilhosa do mundo!

Com amor daqui até a lua, ida e volta, mamãe!

Ps: uma carta de mãe para filha, sempre será também uma carta a si mesma.

sábado, janeiro 20, 2018

Nome no listão!!!

Ontem foi divulgado o listão da UFRGS e isso pra mim é sinônimo de ansiedade, choros de tristeza, de alegria, abraços e comemorações.

É a revelação de um ou mais anos de muita dedicação, de abdicação e de: vou jogar tudo pro alto!

No ano em que resolvi passar... pausa:

Sei que falta maturidade e estrutura familiar de apoio pra muitos se darem conta disso lá pelos seus 16, 17, 18 anos de vida, mas sim É A GENTE QUE RESOLVE PASSAR!!!
É muito mais sobre controle emocional do que sobre conhecimento. Sem desdenhar conhecimento, pelamor! Quero dizer que sem o controle emocional, conhecimento vai para o ralo, ou melhor, para mais um ano de tentativa.

Voltando... No ano que passei, foi uma decisão que tomei no primeiro dia da prova. Eu tinha sido desclassificada em matemática no ano anterior, exatamente por me faltar a serenidade emocional.

Já na entrada da sala eu disse para a monitora:
- Não quero receber as provas no dia seguinte. Se puder pegá-las todas na quinta ótimo, do contrário aguardarei meu nome no listão.

Ela disse que ia verificar e me retornar. As peguei na quinta, mas ainda assim não conferi gabarito. Era uma confiança tão grande, que eu simplesmente sabia que tinha passado. Ok que me dava uns insights: e se não? Ai vinha meu controle emocional e dizia: te aquieta que tá dominado!

Uma semana... até ser mãe e esperar 9 meses pela minha filha, esse era meu conceito de eternidade, de entender Einstein e o "tempo relativo"! Simplesmente o tempo não passava... credo!
Pra completar naquele ano o listão nao saiu na sexta e sim no sábado pela manhã.
Como a ansiedade estava no nível hard do créu, fui dormir na minha prima Mari. Só não dormi.
Sábado cedinho fomos eu, ela, minha amiga Tay e meu pai pro campus central da UFRGS (quer saber... o listão analógico e a festa de tintas deixavam tudo mais emocionante).
Um tempinho esperando e saíram as listas. Enquanto iam colando nos murais, eu já me posicionei pro final. De repente só ouço uma voz gritando que passei. Colaram as listas em ordem alfabética invertida! PASSEIIII!!!

É uma emoção, um alívio, um orgulho! Meu pai de bengala e com dificuldades de caminhar, corria e chorava! Depois chegou minha mãe (avisada naquela época via orelhão - procura no google) que ainda deu entrevista pro jornal.

Com certeza foi um dos dias mais emocionantes da minha vida e poder comemorar com eles quatro e todo aquele povo, foi demais!!

Mas voltando ao listão de hoje, penso do outro lado, o dos pais. A apreensão, a ansiedade que não pode passar para os filhos. A expectativa, o coaching, o abraço ao deixar na prova, o choro ou sorriso ao final de cada uma delas.
Ouço muitas dessas histórias dos pais dos vestibulandos de hoje.

Penso que daqui a pouco (muito) serei eu nesse papel, ou talvez de outro ritual de passagem da minha filha.

Aí será a vez de testar meu controle emocional como mãe, como a que deverá acalmar e incentivar... não mais esbravejar!

Então vamos lá, gatinha da mãe! Etapas e etapas! 😍✌

sábado, janeiro 06, 2018

Diário de "férias" de uma mãe solo!

Estou eu no 16° dia das minhas férias. Acabam semana que vem essas rycas férias e preciso contar uns causos dela.

Virei mãe solo quando minha filha estava prestes a fazer 6 meses e ao mesmo tempo em que descobria o que era ser mãe e quem era aquela garotinha, eu também descobria algumas peripécias que só a maternidade solo te proporcionam passar... quando muitas nem se dão conta dessas questões.

Por conta disso desenvolvi séria ojeriza a frase: Eu não consigo (insira o verbo) sozinha com ela/ele.

Queridos, "chupar cana e assobiar" com certeza foi desenvolvido por uma mãe solo.

Pois bem, seguem as DICAS e CAUSOS

1. Sabe aquela linda bolsa de praia? Esqueça! No meu caso já substitui por duas mochilas menores e coloquei a filha no trabalho infantil.

2. Como ter uma cor sem perder a criança:
Facilite sua vida, você vai sair do carro (bendito seja o banco de couro!) com cadeira, brinquedos (estritamente necessário, please!), prancha, mochila (com lanchinhos, lenço umedecido...), guarda sol (se der aluga, tipo dica de usar o protetor solar... vai por mim pq tem a volta pro carro)... com tudo isso, escolha uma praia com posição norte ou noroeste. Pelo menos dessa forma, você não vai precisar perder biquini tentando resgatar uma cria de um buraco ou de uma onda e acredite, sua cadeira vai estar sempre virada pro mar, pro sol e pra cria!!!

3. Areia por tudo:
Deixe uma garrafa 5L no carro. Já viram a quantidade de areia que suporta um biquini infantil mesmo com aquela "lavada" no mar antes de ir embora? Tiro o biquini ao lado do carro e o resto de areia com esses 5L e coloco uma roupa sequinha.

4. Intestino tem relógio:
Sério, não interessa a hora do dia que se vai almoçar esse relógio bate bem neste exato minuto. Estávamos sozinhas num parque de diversões e resolvemos almoçar. Mamãe precavida pergunta se a cria quer ir antes ao banheiro fazer xixi. Recebo um não bem alto.
Porém, foi dar duas garfadas na comida depois de caminhar horas no parque, suar feito um porco e ter perdido o cérebro na montanha russa que a ryca criança diz: mamãe quero fazer coco.
Provavelmente deveria sair fogo dos meus olhos: eu perguntei se você queria ir ao banheiro antes, agora não tem como ir.
Ela cheia da razão: você perguntou se eu queria fazer xixi!

Lá vamos nós ao banheiro, deixando o querido almoço pra trás.

Ai quando me perguntam sobre escolha de comida ou sobre dar lanches: comida onde tem banheiro, praça de alimentaçao é lanche... sim pois essa cena é mega comum.

5. Intestino tem relógio, mas não semancol:
Ai você chega na praia com aquela parafernalia, escolhe minuciosamente o local com os vizinhos que te parecem mais confiáveis e: mamãe entra na água comigo?
Lá vai mamãe com um olho na cria no mar e outro na bolsa na beira da praia.
Mamãe, preciso fazer coco!
Você olha incrédula pra ela! (Claro, pq não? Temos um banheiro maravilhoso logo ali. Pensamento 1: faz na água. Pensamento 2: foda-se e vai pedir penico pro vizinho) Vamos lá, filha.

Vizinha argentina, você pode cuidar de tudo pra mim? (ai você já entregou nas mãos de Deus, o dinheiro, a chave do carro e o celular, pq a filha já está longe e tudo que você não pode perder é ela)
Sai bem bela de lenço umedecido (te amo) em punho, desfilando pela areia atrás da cria que você tinha dito pra esperar.
Tudo resolvido e cuidado pela hermana. Bendita hermana!

6. Que língua ela fala?
Você descobre que criança não tem mesmo barreira cultural... ainda mais se envolver água e areia!
Antonella foi brincar com Maitê, e veio me dizer:
Meuuuu Deusss do céuuu, mãe! (Com toda essa ênfase mesmo) Eu só entendi uma palavra!
Como assim, Antonella? Vocês estavam conversando!
Eu sei mãe, mas eu não entendia nada!

Fiquei pensando, pra que entender se os gestos e atitudes falam mais que as palavras... e anotei isso no meu caderninho!

7. Sonífero:
É, não fica bem sedar a criança, então se as suas férias incluem grandes deslocamentos de carro (forçados ou não), lanchinhos, água, boa música e uma almofadinha no carro, são imprescíndiveis pra sanidade mental de ambos! (ok, modernos, estamos de férias, indo pro mar... não tem como ficar andando de tablet. Lembrem que vocês andavam socados no maleiro da caravan!)

8. O que beber?
Sabe aquela pina colada... aquela caipirinha na praia? Tche, para de te fresquear que a única motorista da rodada é tu e o único limão que tu tem que te preocupar é o do picolé (uma careza de 8,00 por falar nisso)

9. Planejamento:
Uma vez na pós o professor me disse que o Brasil não ia pra frente pq não tinha planejamento.
Levantei minha mão e perguntei se ele tinha filhos. Não tinha!
Professor, quando os tiver voltaremos a falar sobre seguir a risca um planejamento.

Já contei a mãe maravilhosa que eu era antes da Antonella nascer? Livros de culinária mãe e filha, não ia ver tv, não ia comer porcarias, ia adorar frutas e verduras, nunca ia morder, brigar ou bater pq eu ia conversar e explicar.

Eu era ótima... até ser mãe e ver o lado B dela e o meu colidirem. Muitas coisas seguimos e outras não.

Mas com certeza eu sou a mãe que berra na praia pq a filha acha que é surfista (e ela é ótima nisso), que tem 16 anos e que pode sair correndo pro fundão! Ai tu, mãe solo, entra correndo na água (esquece a neura do corpo balançando) no modo operacional equino: um olho nas coisas na areia e outro na cria indo pro fundão com surdez seletiva.

Volto pra cadeira, admiro ela surfando lindamente e destemida, olho pro mar (meu calmante) e penso: quando vou voltar a boiar sem olhar equino?

Mas ai eu lembro que estou sentada de frente pro mar, com marca de biquini e sem dor nas costas. Há cinco anos, era eu curvada na beira da praia com dois mini bracinhos estendidos e sol só no lombo.

Passamos por umas casas e ela disse: mamãe, vou morar aqui e tu vai me visitar... pq mamãe, euuuu vou morar aqui!

Pára tempo, pq ela já está planejando morar sozinha!

Dito isso... quando começam as férias mesmo?!