segunda-feira, setembro 12, 2005

Tempo: cuidado para não chegar atrasado!!




De manhã, toca o despertador e você pensa: “só mais cinco minutinhos!”. De repente eles viraram meia hora e você está atrasado para uma reunião importante no escritório.
À tarde aquela correria, mil coisas a fazer ao mesmo tempo e uma consulta marcada para o final do dia. Por pouco, mas chegou atrasado e passaram uma paciente na sua frente.
Final do dia, já cansada, mas com grande expectativa para o encontro de logo mais à noite. Trânsito horrível, olha o relógio de 5 em 5 segundos e o tempo não pára... e os carros não se movem. Atrasada no primeiro encontro.
Tudo bem... situações remediáveis.

Esses tempos, estava lendo um texto sobre Einstein: a relatividade do tempo. O quanto, com o passar dos anos, estamos nos tornando escravos do tempo... tão rápido e ao mesmo tempo tão lento.
Tantas circunstâncias profissionais, pessoais, amorosas... estamos sempre correndo, sempre em busca de algo... de algo mais... nunca é o suficiente. Uma questão muito interessante essa, pois no profissional aprendemos a máxima “Não pare, queira sempre mais!”, já emocionalmente aprendemos que há um cume, um limite “encontrar a pessoa e casar!”.

Então nesse final de semana fui casualmente assistir: “Procura-se um amor que goste de cachorros”. Sim é uma comédia água com açúcar, mas incrivelmente adaptada a essas questões das quais falei: tempo X procura.
Trata-se de uma mulher de 40 anos que, recém separada e incitada pela família, resolve buscar o recomeço da vida sentimental. Para tanto, as irmãs tentam apresentar amigos, colocam seu perfil em sites amorosos e, no meio de diversos desencontros, surge alguém. Porém aos dois parece que se encontraram tarde demais.
(pronto paro por aqui!)

Nesse ponto que eu queria chegar... quantas vezes fazemos planos, traçamos rotas, mas encontramos uma pedra no meio do caminho. Quantas vezes passamos pela sensação de termos chegado atrasados!
Atrasados numa reunião em que alguém deu aquela idéia importante antes de você. Atrasados quando numa festa alguém se aproxima dele (a) antes de você.
Será falta de coragem, de motivação, de iniciativa... ou falta de auto- conhecimento de nossas possibilidades, do que queremos?
Aposto mais nas últimas... por exemplo:

Você conhece alguém e se apaixona, mas tem dúvidas desse sentimento... se é isso mesmo que quer, se é a pessoa certa... Tudo por medo... e por medo muitas vezes fugimos.
Deixa esse sentimento guardado em algum lugar por não definir o que quer. Não é uma questão de ser a pessoa certa ou não, é uma questão de não se conhecer!
Os anos passam e você não lembra onde guardou esse sentimento... até que abre sua Caixa de Pandora e, com muita coragem, deixa sair de lá muitas lembranças, muitos sorrisos, muitas dores... sentindo-as ou não, você analisa cada uma... um aprendizado.
Chegamos então numa fase da vida em que vamos medindo e pesando as coisas que realmente nos são caras. Sentimentos, pessoas e idéias que preservamos e que deixamos para trás.
Redescobrimos as pessoas... nos redescobrimos. Não é fácil, pois teremos que vencer medos, sobrepor idéias e deixar de lado pré-conceitos. Reavivamos antigas amizades, repaginamos costumes... uma doce e singela dança de emoções!
No resgate, você se depara com aquele sentimento guardado anos atrás e descobre, num tom rosa e suave, que ele ainda existe... uma sensação de déjà vu.
Dúvidas voltam junto, mas essas devemos deixar para trás... é a parte mais criança que devemos ter quando somos adultos: sermos autênticos, sinceros conosco e com os outros... falar o que se pensa!

Então retorno ao filme... será que deixamos sempre o tempo passar por nós, sem nos darmos conta dos “pequenos” sinais importantes, deixando a oportunidade passar, a pessoa partir, a porta fechar por que jogamos com nossas vidas?!
Temos medo de falar o que sentimos, de falar sobre nós, de nos mostrarmos... criamos um personagem e... e jogamos.

Acontece que de tanto jogar você está perdendo TEMPO... o tempo bom que não volta nunca mais... e corre o grande risco de chegar ATRASADO (a) na vida de alguém... daquele amor de anos atrás!

3 comentários:

Anônimo disse...

Rê...que texto maravilhoso,estou passando exatamente por isso!!! Tu saiu do msn e não pude perguntar se posso usar um trecho desse teu texto(com teu nome assinado,claro) !!??
Lindo Renata,foi muito confortante...
beijos
Paula

Anônimo disse...

Tudo o que vem, um dia vai, mas sempre fica algo. Reaproveitar ou não depende da gente mas muito mais das circunstâncias... "E a vida a sós, o instante veloz, transformaram-se em nós: a felicidade" (A Felicidade/banda Quinto Poder/letra e música: Lucidio Gontan). E que esse "nós" seja sempre pronome!
Belíssimo texto Renata!
Beijos
Lucidio

Anônimo disse...

Bah...recem acessei teu blog, por acaso, e este texto muito bom, parabés cara! Se puder atualiza o blog, pq de agora em diante eu vou dar uma olhadinha pra ler o que escreveres, grande abraço!